terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Religiões-Afros,Racismo E Levante!



Acho que todos nós sempre deparamos com diversos casos de intolerância que tem ‘’fundamento’’ religioso,seja a homofobia,seja o preconceito contra religiosos de outras crenças,ateus e livre pensadores,infelizmente vejo que uns dos mais sofre com isso são especialmente as religiões afros,desde de pequeno eu via os ‘’cristões’’ pentecostais usando de todas as formas possíveis para reprimir os cultos afro usando, inclusive, de preconceitos mesquinhos. Os mesmos preconceitos que, num passado recente, também eram vítimas. É que os pentecostais têm o seu projeto de poder (tal como a Igreja Católica no passado), e para validá-lo precisam eliminar qualquer adversário. E como eles não se acham fortes o suficiente para enfrentar a Igreja Católica, destinam toda a sua intolerância sobre a umbanda, o candomblé, etc... Contudo, não podemos deixar de falar da repressão religiosa empreendida pela Igreja Católica no Brasil até o início do século 20.um grande exemplo disso é o livro “Orixás, Caboclos e Guias – deuses ou demônios ?”,em que o Pastor Edir Macedo expõe a sua visão, e a de muitos cristãos, sobre o que representam as religiões afro-brasileiras em nossa sociedade sobre uma ótica de preconceitos e conceitos mesquinhos e superficiais,antes dele diversos outros pregadores, protestantes e católicos, já travaram lutas contra o que chamam de “forças das trevas”.


Não quero nessa nota entrar em debate sobre minha visão religiosa disso mais sim do contexto politico me que encontramos,,,



Os ‘’cristãos’’, e em especial os evangélicos, geralmente, reivindicam para si a exclusividade da “comunhão com Deus”, desconsiderando os ensinamentos das outras religiões e filosofias. Contudo, o curioso que no Brasil é que o “diabo” nunca tem um nome grego, romano, escandinavo ou mesmo árabe ou chinês. É quase sempre um nome africano a designação dos espíritos das “trevas”. E este “diabo” é idealizado com as histórias mitológicas africanas, simbolizado com elementos litúrgicos africanos, e personificado em figuras místicas e antropomórficas também africanas. Os deuses gregos por exemplo não representam perigo algum aos ditos “cristãos”,um exemplo é Hermes era um dos deuses do Olimpo, filho de Zeus e irmão de Apolo. Hermes tinha como uma de suas atribuições conduzir as almas até o rio Aqueronte (ou Estige, em algumas versões), lugar onde se encontrariam com o barqueiro Caronte para, então, as almas serem conduzidas ao reino de Hades. Portanto, Hermes era um deus mensageiro que mostrava o caminho entre o mundo material e o mundo espiritual, podia inclusive transitar entre os dois mundos. Exú, por sua vez, promovia o intercâmbio entre os dois mundos (apesar de não conduzir almas ao mundo dito subterrâneo). Exú não tinha qualquer ligação mitológica com lugares ”infernais”. Contudo, o deus grego é encarado como uma mera mitologia escolar, enquanto Exú ainda é visto como um “demônio”. isso me leva a uma pergunta:



- Recentemente muitos amigos estão indo ver Guerra civil e amam outros filmes de heróis,alguns amam o Thor mais ele amariam da mesma forma o personagem se ele viesse de uma representação africana,se ele fosse Xangô?



Perguntei isso a algumas pessoas e a maioria respondeu que não veria,sinceramente procurei um milhão de outras explicações mais a única que me vem a mente é: RACISMO,,,



Atualmente, vemos pregadores evocando os orixás em cultos exorcistas como se estivessem evocando o próprio Satanás. Pessoas em transe psicótico embravejam dizeres que teriam como autores “entidades” como Exu, Oxossi, Olorun, etc... Milhões de pessoas ainda acreditam que as religiões afro-brasileiras são religiões “satânicas”, e que devem as suas precariedades e sofrimentos às suas origens africanas. No aurora do século XXI, assistimos ao recrudescimento do preconceito em relação a religiosidade africana. Isto é, um grande aumento, e com uma aversão que é desproporcional a capacidade de defesa dos praticantes afro-brasileiros.



A aversão às religiões de matriz afro extrapola as barreiras religiosas porque ela está impregnada do racismo contra as populações africanas. Esta aversão é o resultado dos mais de 300 anos de escravidão, e de um processo de aculturação que fez com que os brasileiros elaborassem seus princípios e valores tendo como modelo o que era mais aceito pelos antigos colonizadores europeus. Logo, para ser aceito era necessário se parecer com os europeus, viver como os europeus, e crer nos deuses europeus. Não podemos entender o sincretismo religioso como uma mera camuflagem. Mas, também, e principalmente, como uma tentativa de fuga de uma possível opressão perpetrada pela sociedade. É o medo da reprovação social que faz com que as pessoas se digam católicas “não-praticantes”.



Foi a instituição religiosa Igreja Católica Apostólica Romana quem primeiro demonizou as crenças nativas africanas. E, atualmente, são as igrejas pentecostais as que mais se dedicam ao combate às religiões afro. Existem religiões pentecostais que têm na completa eliminação dos cultos afro um ideal a ser seguido. Evidentemente, isto não é uma generalização, pois há cristãos evangélicos tolerantes e sem preconceito. Contudo, é inegável que para muitos evangélicos o “diabo” tem nome africano. O curioso é que nas religiões pentecostais há grande percentual de afro-descendentes (pardos e negros), o que revela que a aversão aos orixás também extrapola as barreiras de classificação “racial”.



O futuro para as religiões afro-brasileiras parece ser incerto. Há algumas iniciativas de valorização e autodefesa, porém nada que seja um consenso entre os seguidores dessas religiões. Diante de uma perspectiva de futuro não muito animadora, o que poderia ser feito para acabar com um estigma secular ?



Penso que a melhor resposta só pode ser dada pelos praticantes dessas religiões, e que deveriam ser os principais interessados na valorização de sua religiosidade. No entanto, poderia tecer algumas considerações pessoais.



Entendo que as religiões afro-brasileiras, em especial o candomblé, ao meu ver deveriam passar por uma ampla reformulação de suas liturgias. Eles deveriam fazer um resgate da cosmovisão africana original, fazendo as devidas adaptações à sociedade atual (quem se prestaria melhor a este papel seria o Candomblé, pois a Umbanda já nasceu sincrética). Eles deveriam também adotar uma nova linguagem, tornando o seu culto mais compreensível – e simpático - para um público mais amplo e secular. Além disso, dar uma nova roupagem ao culto afro, tirando-lhe o seu aspecto tribal, e dando-lhe uma feição mais moderna. Os seguidores deveriam perder a vergonha da religião, assumindo- a integralmente (obviamente, sem perder o bom senso). São mudanças simples, mas altamente eficazes.



Os pentecostais até os anos 70 eram uma pequena minoria, e alvo de estigma e desvalorização. Hoje, os pentecostais são o segundo agrupamento religioso do país, obtendo um crescente poder político. Isto poderia acontecer com as religiões afro-brasileiras ? Só os praticantes dessas religiões poderão dizer...



NINGUÉM GOSTA DE TER SUA CRENÇA PISADA então peço respeito por parte do leitor caso o mesmo não concorde com as religiões afro,estou cansado de ofensas a esse tipo milenar de culto e religião inclusive de ateus e ''livres pensadores'',e não,o mundo não está chato se você não for babaca.



PS: Toda vez que vejo alguem da umbanda, bruxaria, candomblé, asatru, thelema ou qualquer outra religião não cristã, ostentando sua fé, sinto um orgulho enorme.
É vergonhoso ver que em pleno século XXI, há pessoas com receio de mostrar quem são - medo do que vão pensar, tentar ser mais discretos possiveis. Cara, não estamos mais em nenhuma inquisição alem da ignorância. Quando você abre sua fé, fala dela para quem te pergunta (não enfia nos ouvidos de ninguem) você está fazendo um trabalho para a humanidade. Você não é um iluminado, mas um iluminador. Obviamente, há pessoas que fogem de toda luz para uma confortante idade das trevas. Foda-se elas.
Cada vez que vejo alguem mostrando a sua fé, eu sinto novamente esperança de, um dia pararmos de ver apenas "certo" o cristianismo-kardecismo-monoteísmo.
Por enfrentar preconceito, por vencer as atitudes sociais controversas, por não se envergonhar nem de pedir nem de agradecer, essas pessoas merecem o que há de melhor.

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